19h Conversa Informal sobre o Universo Fanzinista e edição independente com os oradores convidados : Noé Alves, escritor/poeta e editor, António Silva Oliveira, escritor e editor e David Pontes , jornalista
Os fanzines como um conjunto de folhas agrafadas, coladas, cosidas, com a vontade de quem os faz mas também dos outros fãs que os leiem, e que muitas vezes são eles próprios o público que as consome. Em jeito de livros, cadernos, opúsculos, caratzes, postais, etc. são apontamentos que ficam para o mundo, um universo de projecções, de vontades, de pensamentos, questões, debates, de loucuras mas também de emoções e interesses. E como se movem na insensatez dos insensatos que gostam das margens, como se enraízam na precariedade do que é precário? Em suma, como resistem ao tempo do para quê e do para quem, haverá explicação para o que se assume do aqui e agora? Será só isso ou algo mais do que o prazer de fazer este tipo de publicações criativas e deixar um rasto de vontade de os tornar mais conhecidos sem contudo desejar que se tornem mediatizados mas mantendo sempre um pé fora da publicações estabelecidas por um sistema de forte estatuto comercial ou então ao revés de elevado estatuto artístico? Sim, porque isto de fazer fanzines, isto da auto-edição, é para além do mais um espaço de experimentação e de confronto, de gozo e de ironia. Como não podia deixar de ser o festival de fanzines visando uma abrangência de público acima de tudo quis gente interessada e capaz de trazer esse instante que ainda que passe nos ficará na lembrança dos “livros que queremos rever” -texto de Madame Zine
20h | KISMIF – Projecção do Documentário “Bastardos. Trajeto do punk português (1977 – 2014)”
21h30 | KISMIF – Conversa com Prof.ª Paula Guerra, Investigadora Responsável. Porto, Portugal
Fast! (KISMIF) coordenado por Paula Guerra e sedeado no Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP). Trata-se de um documentário de cariz histórico-sociológico que teve por objetivo documentar os atores, as narrativas as manifestações punk em Portugal desde o seu surgimento até à atualidade (1977-2014). Trata-se de um documento resultante de um intenso processo de investigação assente em testemunhos e objectos de modo a levantar o véu que oculta um objeto de estudo manifestamente complexo e socialmente pouco visível. Neste documentário, os discursos dos atores são os protagonistas. Tal como o seu objeto de análise, Bastardos é um documentário realizado com um ethos do-it-yourself pela própria equipa de investigação que conta com os testemunhos de Ana Ferrão, José Serra, Carlos Moura, Ondina Pires, Eduardo Pinela, Zé Pedro, Paulo Pedro Gonçalves, Adolfo Luxuria Canibal, Luís Rattus, Jonhie Simbiose, Luís Brito, Manolo Almeida, Pedro Mateus, João Pedro Almendra, Neno Costa, David Pontes, Frágil, Arnaldo Galvão, José Faísca, Tó Trips, Luís Vaz Patto, Victor Vicente, Nito Gonçalves, Teresa Milheiro (Teresa Punk), Miguel Newton, Francisco Dias, Ricardo Dias, Ricardo Guerreiro, Rafael Brazuna, Sérgio Cardoso, Tiago André, José Ataíde (Sarrufo), Mário Campos, Luís Pedro, João Alves, Cristina Sousa, Hugo Ramone, Rogério Sabino, Rui Paixão, Tiago Guterres, Raphael Teodoro, Bernardo Amaro.
Informação geral sobre o filme:
Título original: Bastardos. Trajetos do punk português (1977-2014)
Título tradução: Bastards: Pathways of Portuguese Punk (1977-2014)
Duração: 72’
Género: Documentário
Realizador: KISMIF
Editor: Eduardo Morais
Língua: português (com legendas em inglês).