Uma mostra de diários gráficos de vários elementos do grupo POSK (Porto Urban Sketchers), em que a linguagem comum são os desenhos à vista. Desenhar à mão, recorrendo a uma caneta e a um diário gráfico que se transporta no bolso, ou a uma folha de papel, privilegia sobretudo a crença na capacidade transformadora de quem percorre o espaço, que se prende com a vontade de pensar/sentir o que nos rodeia, independentemente da formação de cada um. Reflecte-se, assim, sobre os lugares e/ou situações vivenciais que nos repelem, nos atraem, nos dizem algo, nos causam surpresa, nos provocam de alguma forma, sobre a cidade em que vivemos e que tão frequentemente nos passa despercebida.
POSK (Porto Urban Sketchers) > são um colectivo de autores que desenham em diários gráficos as cidades onde vivem, os sítios por onde viajam, encontrando-se para desenhar de vez em quando e respeitam o manifesto cujas premissas enunciam:
“Desenhamos in situ, no interior e no exterior, registando directamente o que observamos; Os nossos desenhos contam a história do que nos rodeia, os lugares onde vivemos e por onde viajamos; Os nossos desenhos são um registo do tempo e do lugar; Somos fiéis às cenas que presenciamos; Usamos qualquer tipo de técnica e valorizamos cada estilo individual; Apoiamo-nos uns aos outros e desenhamos em grupo; Partilhamos os nossos desenhos online; Mostramos o mundo, um desenho de cada vez.”
Convidados pelo CineClube do Porto cada ilustrador escolhe um filme mensalmente para ilustrar, segundo o seu critério de abordagem estética, técnica de representação ou materiais utilizados. As ilustrações foram propositadamente realizadas a preto e branco com o intuito de uniformizar a “colecção”. Alguns ilustradores contudo fizeram versões a cores, que foram usadas para promoções especiais ao filme. Os participantes deste projeto são maioritariamente provenientes das turmas de ilustração do curso de design de comunicação da Faculdade de Belas Artes do Porto, embora mensalmente houvesse também um ilustrador convidado fora da escola para dar mais notoriedade ao projeto.
Cineclube do Porto > existe há mais de 70 anos e durante muitos anos teve associado às suas sessões folhas de sala com desenhos e ilustrações de vários artistas. Em 2015, retomou-se esta prática com um conjunto de estudantes da Faculdade de Belas-Artes e ilustradores convidados. Até hoje, as sessões regulares do Cineclube são acompanhadas por uma ilustração original criada propositadamente para o evento. Também no ZineFestPt isso irá acontecer, é surpresa!
Exposição Inimigo Exposto, desenho de Nuno Saraiva.
No seguimento da exposição no Passevite em Lisboa, que trouxe um pouco de calor à silly season, Nuno Saraiva vem agora passar o Outono ao Porto durante o festival ZineFestPt. Na Mundo Fantasma serão expostos os originais dos desenhos para o Inimigo Público, ao lado de alguns finais já editados no jornal, desenhos deste ano e uma seleção entre centenas de desenhos publicados entre 2003 e 2006.
Nuno Saraiva > como Ilustrador Editorial colaborou praticamente toda a imprensa escrita portuguesa, com actual destaque para o Expresso, Observador, Público ou TimeOut. Com Júlio Pinto criou as séries em BD “Filosofia de Ponta”, “Arnaldo o Pós Cataléptico” e a “A Guarda Abília”. Nos últimos anos publicou com João Miguel Tavares “A Crise explicada às crianças” (Esfera dos Livros) com versão Grega (Patakis Publications); ilustrou o livro “Caríssimas 40 canções – Sérgio Godinho e as canções dos outros” (Abysmo); “Isto é um Assalto” com Francisco Louçã e Mariana Mortágua (Bertrand) e “Aníbal Milhais – o soldado Milhões”, texto de José Jorge Letria (Pato Lógico). O seu livro “Tudo isto é Fado!” (Museu do Fado), foi galardoado com o prémio “Melhor livro de BD 2016” (FIBDA). Venceu recentemente o concurso a Bolsas de Criação Literária 2017, (na modalidade BD – 6 Meses) por despacho do Ministro da Cultura e homologado pelo Diretor-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas.
Exposição Diário Rasgado 2018, com BD do Marco Mendes
As pranchas diárias, em formato quadrado (duas vinhetas sobre outras duas), a cores, no Jornal de Notícias, surgem a partir de 3 de Junho de 2018, sob o título “Diário Rasgado”, já por ele usado antes num álbum. Estas tiras de banda desenhada perpassam reflexões circunstanciais, próprias do quotidiano, da vida do dia a dia. Deixando um rasto de ligação, entre simples momentos tomados como episódios singulares, com uma espécie de sabor incógnito, dão-nos vontade de continuar a acompanhar, pois há de tudo como na vida real acabando por ter ocasionalmente alguma relação com alguém que a lê, porque o mundo dos outros é também o nosso próprio, de alguma forma fazemos parte de uma realidade que tem tanto de diverso como de inúmeros aspectos comuns.
Marco Mendes > Coimbra, 1978. Licenciado em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Autor de banda desenhada, ilustrador, artista plástico e professor. Membro fundador do Clube de Desenho, do Porto. Criou com Miguel Carneiro o colectivo artístico e editorial A Mula, em 2006, responsável pela publicação de diversas antologias de banda desenhada, ilustração e artes plásticas, bem como por inúmeras exposições colectivas, em Portugal e no estrangeiro. Publicou em 2008 o livro “Tomorrow the Chinese Will Deliver the Pandas”, pela Plana Press, em Maio de 2012 a novela gráfica “Diário Rasgado”, que compila uma série de BD’s autobiográficas, em 2013 o álbum de desenhos “Anos Dourados” e em 2014 a novela gráfica “Zombie”, todos pela Mundo Fantasma.